"O amor é algo de
extraordinário e muito raro.
Ao contrário do que
se pensa não é universal, não está ao alcance de todos, muito poucos o mantêm
aqui. Chama-se amor a muita coisa, desde todos os seus fingimentos até ao seu
contrário: o egoísmo.
....
Amar é dar a vida a
um outro. A sua. A única. Arriscar tudo. Tudo. A magnífica beleza do amor
reside na total ausência de plano de contingência. Quando se ama, entrega-se a
vida toda, ali, desprotegido, correndo o tremendo risco de ficar completamente
só, assumindo-se com coragem e dando um passo adiante. Por isso a morte pode
ser tão pouco diante do amor. Quase nada. Ama-se por cima da morte, porquanto o
fim não é o momento em que as coisas se separam, mas o ponto em que acabam.
Não é por respirar que estamos vivos, mas é por não amar que estamos mortos.
De pouco vale viver
uma vida inteira se não sentimos que o mais valioso que temos, o que somos, não
é para nós, serve precisamente para oferecermos. Sim, sem porquê nem para quê.
Sim, de mãos abertas. Sim…. porque ainda além de tudo o que aqui existe, há um
mundo onde vivem para sempre todos os que ousaram amar…"
Por José Luís
Martins, investigador
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