Diáspora
A decisão de partir não foi fácil. Mas a dada altura parecia a uma boa opção....
01/06/2015
15/05/2015
"Não tenho pretensão de que não tenham a capacidade de me derrubar - acontece a quem se dá sem grandes barreiras. Mas sei que, aconteça aquilo que acontecer, por muito fundo que vá, me hei de sempre - e sempre é sempre - levantar. Com mais ou menos nódoas negras, com mais ou menos mazelas, criando ainda mais barreiras para que a mim cheguem, mais defesas para que aqui não entrem.
Posso ir ao fundo de mim, posso ficar lá por baixo o tempo necessário para ganhar força, mas a escuridão não é o meu sítio. Preciso dela para ganhar força, mas a seguir levo o mundo à frente para me levantar.
Posso ir ao fundo de mim, posso ficar lá por baixo o tempo necessário para ganhar força, mas a escuridão não é o meu sítio. Preciso dela para ganhar força, mas a seguir levo o mundo à frente para me levantar.
23/04/2015
18/02/2015
28/01/2015
26/01/2015
Em Angola - A crise está só a começar
O petróleo baixou. As taxas de câmbio dispararam. Os bancos comerciais decretaram restrições para o levantamento de divisas. Os cartões de débito e de crédito ganharam estatuto de tesouro. E os dólares desapareceram do mercado. As kinguilas, ex-rainhas do câmbio, gradualmente aposentadas, regressaram em força. Viajar para o exterior passou a significar dores de cabeça a mais. Ter ou não dinheiro deixou de ser a questão. O grande desafio é poder converte-lo em moeda estrangeira. São sinais da anunciada crise que só está a começar.
Diante da situação, seria legítimo perguntar pelo paradeiro das reservas cambiais do país que se congratulava por ter uma das mais altas taxas de crescimento do mundo. Por enquanto, essa conversa de grande porte fica, como tantas outras, adiada. Ao que tudo indica, até melhor explicação, o tão propalado crescimento era consequência directa da alta do petróleo no mercado internacional. Dizem os especialistas que as mais sólidas economias do mundo já foram abaladas por crises. No nosso caso, ė necessário, antes de mais, explicar a origem e a dimensão que a crise pode atingir.
As “conversas difíceis” precisam de ser devidamente descodificadas para o entendimento comum. Por enquanto vale tentar compreender a realidade e encara-la. A leitura imediata indica que, em tempo de crise a palavra de ordem é poupar. Poupar sempre. Se estivéssemos noutro período, lá no “glorioso” tempo do partido único, poupar passaria a ser, inquestionavelmente, um dever revolucionário. Mas estamos em tempo de crise numa economia de mercado que alguns preferem chamar capitalismo selvagem.
A corrida ao redor dos bancos na semana finda foi freada pelo pertinente, embora tardio, comunicado do BNA. O défice de informação oficial e o nível de especulação em torno das medidas para lidar com os efeitos da crise trouxeram uma evidência. Deveria haver outra maneira de lidar com a dita. A escassez ou ineficácia de planos de comunicação geraram nervos e reações a mais. Multiplicam-se os comunicados. Depois dos bancos, a companhia aérea portuguesa teria anunciado restrições para a venda de bilhetes de passagem a partir de Angola. Em condições normais a concorrência deveria estar já a fazer contas, mas como estamos em crise, vamos esperar por novos desenvolvimentos.
Haverá algures um gabinete de gestão de crises? Os comentadores e economistas de plantão, os tais que nos fizeram acreditar que a solidez da nossa economia em crescimento jamais seria abalada, desapareceram. Este é o momento ideal para virem a público aquietar almas inquietas, quanto mais não seja para venderem ilusões que sempre terão o mérito de evitar sofrimentos antecipados. Em tempo de austeridade grandes ideias são susceptíveis de gerar altos rendimentos.
A nossa condição de petróleo-dependentes terá dado vazão a diversas teorias de conspiração. Uma das mais sugestivas dá conta que forças do mal oriundas do grande império, aquele que antigamente chamávamos imperialismo sem receio, mancomunado com o seu fiel aliado no mundo árabe, o finado rei da Arábia Saudita, teria engendrado quase tudo com a finalidade de enfraquecer a Rússia e o Irão, estremecer a Venezuela de Maduro e claro, atingir-nos! Porque não gostamos de lamber botas. Do grande capital só queremos mesmo as folhas verdes, como um amigo namibiano denomina as verbas norte-americanas.
Alguém se terá esquecido que da falta de informação ao caos vai um passo curtíssimo. Urge implementar estratégias e planos comunicacionais. Crise é a palavra do momento. Uma crise económica com a incontornável componente social. Prevê-se o fecho de dezenas de empresas públicas e privadas. Como consequência, cerca de sete mil cidadãos poderão aumentar a legião de desempregados. Reformas compulsivas, arrepio aos direitos trabalhistas e demais constrangimentos podem abalar gravemente o movimento sindical nacional este ano.
No meio das incertezas mil que rodeiam o futuro imediato dos angolanos, um dado é tão certo quanto a recessão económica. Nos próximos tempos os angolanos comuns vão aprender, por experiência própria, a decifrar o significado do termo economia. Nada mais do que a arte de gerir a escassez. O ganho, sabemos todos, está no poupar. Assim, devido a queda do petróleo no mercado internacional, começo por poupar o precioso tempo que, tal como o petróleo, um dia também vai acabar.
Retirado daqui
http://www.redeangola.info/opiniao/a-crise-so-esta-a-comecar/
Diante da situação, seria legítimo perguntar pelo paradeiro das reservas cambiais do país que se congratulava por ter uma das mais altas taxas de crescimento do mundo. Por enquanto, essa conversa de grande porte fica, como tantas outras, adiada. Ao que tudo indica, até melhor explicação, o tão propalado crescimento era consequência directa da alta do petróleo no mercado internacional. Dizem os especialistas que as mais sólidas economias do mundo já foram abaladas por crises. No nosso caso, ė necessário, antes de mais, explicar a origem e a dimensão que a crise pode atingir.
As “conversas difíceis” precisam de ser devidamente descodificadas para o entendimento comum. Por enquanto vale tentar compreender a realidade e encara-la. A leitura imediata indica que, em tempo de crise a palavra de ordem é poupar. Poupar sempre. Se estivéssemos noutro período, lá no “glorioso” tempo do partido único, poupar passaria a ser, inquestionavelmente, um dever revolucionário. Mas estamos em tempo de crise numa economia de mercado que alguns preferem chamar capitalismo selvagem.
A corrida ao redor dos bancos na semana finda foi freada pelo pertinente, embora tardio, comunicado do BNA. O défice de informação oficial e o nível de especulação em torno das medidas para lidar com os efeitos da crise trouxeram uma evidência. Deveria haver outra maneira de lidar com a dita. A escassez ou ineficácia de planos de comunicação geraram nervos e reações a mais. Multiplicam-se os comunicados. Depois dos bancos, a companhia aérea portuguesa teria anunciado restrições para a venda de bilhetes de passagem a partir de Angola. Em condições normais a concorrência deveria estar já a fazer contas, mas como estamos em crise, vamos esperar por novos desenvolvimentos.
Haverá algures um gabinete de gestão de crises? Os comentadores e economistas de plantão, os tais que nos fizeram acreditar que a solidez da nossa economia em crescimento jamais seria abalada, desapareceram. Este é o momento ideal para virem a público aquietar almas inquietas, quanto mais não seja para venderem ilusões que sempre terão o mérito de evitar sofrimentos antecipados. Em tempo de austeridade grandes ideias são susceptíveis de gerar altos rendimentos.
A nossa condição de petróleo-dependentes terá dado vazão a diversas teorias de conspiração. Uma das mais sugestivas dá conta que forças do mal oriundas do grande império, aquele que antigamente chamávamos imperialismo sem receio, mancomunado com o seu fiel aliado no mundo árabe, o finado rei da Arábia Saudita, teria engendrado quase tudo com a finalidade de enfraquecer a Rússia e o Irão, estremecer a Venezuela de Maduro e claro, atingir-nos! Porque não gostamos de lamber botas. Do grande capital só queremos mesmo as folhas verdes, como um amigo namibiano denomina as verbas norte-americanas.
Alguém se terá esquecido que da falta de informação ao caos vai um passo curtíssimo. Urge implementar estratégias e planos comunicacionais. Crise é a palavra do momento. Uma crise económica com a incontornável componente social. Prevê-se o fecho de dezenas de empresas públicas e privadas. Como consequência, cerca de sete mil cidadãos poderão aumentar a legião de desempregados. Reformas compulsivas, arrepio aos direitos trabalhistas e demais constrangimentos podem abalar gravemente o movimento sindical nacional este ano.
No meio das incertezas mil que rodeiam o futuro imediato dos angolanos, um dado é tão certo quanto a recessão económica. Nos próximos tempos os angolanos comuns vão aprender, por experiência própria, a decifrar o significado do termo economia. Nada mais do que a arte de gerir a escassez. O ganho, sabemos todos, está no poupar. Assim, devido a queda do petróleo no mercado internacional, começo por poupar o precioso tempo que, tal como o petróleo, um dia também vai acabar.
Retirado daqui
http://www.redeangola.info/opiniao/a-crise-so-esta-a-comecar/
24/01/2015
21/01/2015
Os perigos de Luanda
Ontem apareceu morta uma Portuguesa de 37 anos, em Luanda.
Provavelmente vitima de assalto ou extorsão.
Duas senhoras comentavam o assunto e especulavam sobre as razões.
"Coitada da moça. Acho que não tinha filhos. Menos mal...."
Parem tudo!
O facto de não ter filhos minimiza a gravidade da situação?
Uma pessoa sem filhos faz menos falta?
È menos importante para a sociedade, para a família, para os amigos, para os amores?
Provavelmente vitima de assalto ou extorsão.
Duas senhoras comentavam o assunto e especulavam sobre as razões.
"Coitada da moça. Acho que não tinha filhos. Menos mal...."
Parem tudo!
O facto de não ter filhos minimiza a gravidade da situação?
Uma pessoa sem filhos faz menos falta?
È menos importante para a sociedade, para a família, para os amigos, para os amores?
19/01/2015
17/01/2015
16/01/2015
15/01/2015
Lamento, mas nunca me hei-de habituar
Meados de Janeiro.
Tentativa de abastecer o frigorífico e a despensa em Luanda:
Vou a um supermercado não tem batatas, limões, tomates, alfaces, nabos. Manteiga só da ranhosa Angolana. Arroz a 4USD o kg.
Vou a outro já encontro as batatas, mas os limões custam 7 USD/Kg e a manteiga portuguesa a 10USD.
No hipermercado já há mais qualquer coisa, mas nada de alface, nem nabos, nem courgette. O alho francês custa 12USD/Kg.
Consigo fazer sopa e salada. Mas fraquinhas......
Mais vale manter-me a bifes.
Tentativa de abastecer o frigorífico e a despensa em Luanda:
Vou a um supermercado não tem batatas, limões, tomates, alfaces, nabos. Manteiga só da ranhosa Angolana. Arroz a 4USD o kg.
Vou a outro já encontro as batatas, mas os limões custam 7 USD/Kg e a manteiga portuguesa a 10USD.
No hipermercado já há mais qualquer coisa, mas nada de alface, nem nabos, nem courgette. O alho francês custa 12USD/Kg.
Consigo fazer sopa e salada. Mas fraquinhas......
Mais vale manter-me a bifes.
14/01/2015
6 anos depois
Faz hoje 6 anos que parti para Angola. Trazia comigo dor e esperança.
Muito poderia dizer sobre estes anos, mas em jeito de resumo:
Aprendi muito em termos profissionais e ganhei dinheiro
Sofri muito
Perdi grande parte da inocência e ilusões da vida.
Já não sorrio assim (nesta fotografia estava há 10 dias por cá)
Agora, tenho a esperança da regressar no curto prazo.
12/01/2015
11/01/2015
08/01/2015
07/01/2015
06/01/2015
O famoso visto
Parece que afinal os serviços consulares angolanos não funcionam assim tão mal.
O famoso visto já saiu. 30 dias depois, mesmo tendo o consulado encerrado duas semanas de férias.
Não é que me importasse de ter que adiar o regresso por uns dias......
Mas eu tenho mesmo que trabalhar.
É hora de arregaçar as mangas (ai não! é mesmo de vestir roupa sem mangas) e começar mais um ano de luta.
Com ou sem crise.
Com ou sem petróleo.
Desde que haja paz e as lâmpadas continuem a fundir vou tendo o que fazer.
Restam-me 3 dias de "contra-relógio" e um aperto grande no coração.
O famoso visto já saiu. 30 dias depois, mesmo tendo o consulado encerrado duas semanas de férias.
Não é que me importasse de ter que adiar o regresso por uns dias......
Mas eu tenho mesmo que trabalhar.
É hora de arregaçar as mangas (ai não! é mesmo de vestir roupa sem mangas) e começar mais um ano de luta.
Com ou sem crise.
Com ou sem petróleo.
Desde que haja paz e as lâmpadas continuem a fundir vou tendo o que fazer.
Restam-me 3 dias de "contra-relógio" e um aperto grande no coração.
02/01/2015
01/01/2015
31/12/2014
Para o Novo Ano
Os meus pedidos são:
Saúde
Amor verdadeiro
Amigos verdadeiros
Parceiros de negócios verdadeiros
E muito trabalho.
Saída de um ano duro, muito duro, acredito que o próximo tem necessariamente que ser mais positivo e feliz.
Será um ano em que a minha vida irá mudar muito, em diversas áreas.
Anima-me um projecto pessoal novo: fazer da nova casa um lar.
Entusiasma-me um projecto profissional com novos parceiros.
E tenho a esperança que o meu Anjo da Guarda me aqueça o coração.
Saúde
Amor verdadeiro
Amigos verdadeiros
Parceiros de negócios verdadeiros
E muito trabalho.
Saída de um ano duro, muito duro, acredito que o próximo tem necessariamente que ser mais positivo e feliz.
Será um ano em que a minha vida irá mudar muito, em diversas áreas.
Anima-me um projecto pessoal novo: fazer da nova casa um lar.
Entusiasma-me um projecto profissional com novos parceiros.
E tenho a esperança que o meu Anjo da Guarda me aqueça o coração.
30/12/2014
29/12/2014
27/12/2014
26/12/2014
24/12/2014
Amar
"De que vale no mundo ser-se inteligente, ser-se artista, ser-se alguém, quando a felicidade é tão simples!
Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais.
Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele.
Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe.
A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem."
Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"
Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais.
Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele.
Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe.
A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem."
Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"
23/12/2014
Reciprocidade
É o que faz as coisas darem certo.
Na atenção, no carinho, na amizade, na lembrança, no amor.
Na atenção, no carinho, na amizade, na lembrança, no amor.
17/12/2014
PPC Já recebi o meu!
Obrigada http://na-provincia.blogspot.pt/
E obrigada pela iniciativa http://quadripolaridades2.blogspot.pt/
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