14/03/2013

A vida deu-me uma segunda oportunidade


Eu, durona, sempre fiz tudo o que podia e não pensava nem me deixava abater muito pelas limitações que tinha.
Sabia que tinha que aproveitar o máximo da vida, antes que chegassem a limitações maiores, que a insuficência cardiaca me obrigasse a parar ou abrandar.
Tentava não pensar muito no que tinha deixado de poder fazer para manter a qualidade de vida por mais tempo.
Mas eu sabia.
Sabia que um dia não poderia mais fazer as actividades rotineiras. Que cada dia o meu corpo se ia ressentir mais que uma pessoa normal, até que tivesse que ficar confinada a um espaço e a movimentos com pouco esforço.
Esse futuro não estava tão longe como o de qualquer outra pessoa.
Tinha uma doença crónica.
Tinha que aproveitar para fazer o tal "pé de meia", organizar a minha vida a pensar nesse dias.
Sentia o futuro com apreenção.
Mas a vida deu-me uma segunda oportunidade.
A cirurgia resolveu grande parte do problema, e o meu corpo poderia regenerar o restante.
Passou um ano.
Tive a confirmação que está tudo bem. O meu coração recuperou. Está normal.
Poderei dizer que estou curada?
Hoje tudo está a funcionar normalmente. Acho que é isso que se diz: curada.
Agora posso olhar para o futuro com outro ânimo.
E quando o destino nos dá uma segunda oportunidade não a devemos desperdiçar.
Eu não quero. Quero aproveitar tudo de bom que a vida tem para mim.
Como diz uma amiga, das amigas do coração "porque toda a gente merece, mas tu mereces MESMO".



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