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26/01/2015

Em Angola - A crise está só a começar

O petróleo baixou. As taxas de câmbio dispararam. Os bancos comerciais decretaram restrições para o levantamento de divisas. Os cartões de débito e de crédito ganharam estatuto de tesouro. E os dólares desapareceram do mercado. As kinguilas, ex-rainhas do câmbio, gradualmente aposentadas, regressaram em força. Viajar para o exterior passou a significar dores de cabeça a mais. Ter ou não dinheiro deixou de ser a questão. O grande desafio é poder converte-lo em moeda estrangeira. São sinais da anunciada crise que só está a começar.
Diante da situação, seria legítimo perguntar pelo paradeiro das reservas cambiais do país que se congratulava por ter uma das mais altas taxas de crescimento do mundo. Por enquanto, essa conversa de grande porte fica, como tantas outras, adiada. Ao que tudo indica, até melhor explicação, o tão propalado crescimento era consequência directa da alta do petróleo no mercado internacional. Dizem os especialistas que as mais sólidas economias do mundo já foram abaladas por crises. No nosso caso, ė necessário, antes de mais, explicar a origem e a dimensão que a crise pode atingir.
As “conversas difíceis” precisam de ser devidamente descodificadas para o entendimento comum. Por enquanto vale tentar compreender a realidade e encara-la. A leitura imediata indica que, em tempo de crise a palavra de ordem é poupar. Poupar sempre. Se estivéssemos noutro período, lá no “glorioso” tempo do partido único, poupar passaria a ser, inquestionavelmente, um dever revolucionário. Mas estamos em tempo de crise numa economia de mercado que alguns preferem chamar capitalismo selvagem.
A corrida ao redor dos bancos na semana finda foi freada pelo pertinente, embora tardio, comunicado do BNA. O défice de informação oficial e o nível de especulação em torno das medidas para lidar com os efeitos da crise trouxeram uma evidência. Deveria haver outra maneira de lidar com a dita. A escassez ou ineficácia de planos de comunicação geraram nervos e reações a mais. Multiplicam-se os comunicados. Depois dos bancos, a companhia aérea portuguesa teria anunciado restrições para a venda de bilhetes de passagem a partir de Angola. Em condições normais a concorrência deveria estar já a fazer contas, mas como estamos em crise, vamos esperar por novos desenvolvimentos.
Haverá algures um gabinete de gestão de crises? Os comentadores e economistas de plantão, os tais que nos fizeram acreditar que a solidez da nossa economia em crescimento jamais seria abalada, desapareceram. Este é o momento ideal para virem a público aquietar almas inquietas, quanto mais não seja para venderem ilusões que sempre terão o mérito de evitar sofrimentos antecipados. Em tempo de austeridade grandes ideias são susceptíveis de gerar altos rendimentos.
A nossa condição de petróleo-dependentes terá dado vazão a diversas teorias de conspiração. Uma das mais sugestivas dá conta que forças do mal oriundas do grande império, aquele que antigamente chamávamos imperialismo sem receio, mancomunado com o seu fiel aliado no mundo árabe, o finado rei da Arábia Saudita, teria engendrado quase tudo com a finalidade de enfraquecer a Rússia e o Irão, estremecer a Venezuela de Maduro e claro, atingir-nos! Porque não gostamos de lamber botas. Do grande capital só queremos mesmo as folhas verdes, como um amigo namibiano denomina as verbas norte-americanas.
Alguém se terá esquecido que da falta de informação ao caos vai um passo curtíssimo. Urge implementar estratégias e planos comunicacionais. Crise é a palavra do momento. Uma crise económica com a incontornável componente social. Prevê-se o fecho de dezenas de empresas públicas e privadas. Como consequência, cerca de sete mil cidadãos poderão aumentar a legião de desempregados. Reformas compulsivas, arrepio aos direitos trabalhistas e demais constrangimentos podem abalar gravemente o movimento sindical nacional este ano.
No meio das incertezas mil que rodeiam o futuro imediato dos angolanos, um dado é tão certo quanto a recessão económica. Nos próximos tempos os angolanos comuns vão aprender, por experiência própria, a decifrar o significado do termo economia. Nada mais do que a arte de gerir a escassez. O ganho, sabemos todos, está no poupar. Assim, devido a queda do petróleo no mercado internacional, começo por poupar o precioso tempo que, tal como o petróleo, um dia também vai acabar.

Retirado daqui
http://www.redeangola.info/opiniao/a-crise-so-esta-a-comecar/

24/01/2015

Semana 2 - over


Segunda semana de trabalho.
Já passou mais uma. Estamos quase no final do mês de Janeiro.
Espero amanhã ter um dia de praia e relax para animar um pouquinho.
E na próxima semana olhar para o calendário e programar as próximas férias.

21/01/2015

Pérolas


Os perigos de Luanda

Ontem apareceu morta uma Portuguesa de 37 anos, em Luanda.
Provavelmente vitima de assalto ou extorsão.
Duas senhoras comentavam o assunto e especulavam sobre as razões.
"Coitada da moça. Acho que não tinha filhos. Menos mal...."
Parem tudo!
O facto de não ter filhos minimiza a gravidade da situação?
Uma pessoa sem filhos faz menos falta?
È menos importante para a sociedade, para a família, para os amigos, para os amores?
 

15/01/2015

Por cá

 


 

Lamento, mas nunca me hei-de habituar

Meados de Janeiro.
Tentativa de abastecer o frigorífico e a despensa em Luanda:
Vou a um supermercado não tem batatas, limões, tomates, alfaces, nabos. Manteiga só da ranhosa Angolana. Arroz a 4USD o kg.
Vou a outro já encontro as batatas, mas os limões custam 7 USD/Kg e a manteiga portuguesa a 10USD.
No hipermercado já há mais qualquer coisa, mas nada de alface, nem nabos, nem courgette. O alho francês custa 12USD/Kg.
Consigo fazer sopa e salada. Mas fraquinhas......
Mais vale manter-me a bifes.

14/01/2015

6 anos depois





Faz hoje 6 anos que parti para Angola. Trazia comigo dor e esperança.
Muito poderia dizer sobre estes anos, mas em jeito de resumo:
Aprendi muito em termos profissionais e ganhei dinheiro
Sofri muito
Perdi grande parte da inocência e ilusões da vida.
Já não sorrio assim (nesta fotografia estava há 10 dias por cá)
Agora, tenho a esperança da regressar no curto prazo.

 

11/01/2015

Cheguei ao terceiro mundo


 
Que é que eu vim para aqui fazer?

06/01/2015

O famoso visto

Parece que afinal os serviços consulares angolanos não funcionam assim tão mal.
O famoso visto já saiu. 30 dias depois, mesmo tendo o consulado encerrado duas semanas de férias.
Não é que me importasse de ter que adiar o regresso por uns dias......
Mas eu tenho mesmo que trabalhar.
É hora de arregaçar as mangas (ai não! é mesmo de vestir roupa sem mangas) e começar mais um ano de luta.
Com ou sem crise.
Com ou sem petróleo.
Desde que haja paz e as lâmpadas continuem a fundir vou tendo o que fazer.
Restam-me 3 dias de "contra-relógio" e um aperto grande no coração.


 

05/11/2014

Para reforçar os animos

Nada pior que acordar com a informação que tinham roubado algumas peças do meu carro, tipo para-choques e retrovisores.
Uma coisa simples, portanto. E barata!

19/10/2014

Balanços




Nos últimos 6 anos da minha vida sofri mais que nos... vá 20... anteriores.
Por saudades, por solidão, por lutas inglórias, mas principalmente por injustiças e faltas de respeito.
Nunca fui tão "maltratada".
Principalmente por questões profissionais. Mas não só.
Estes anos pesam no meu corpo, mas sobretudo na minha alma.
Sou uma pessoa mais dura, menos simpática, menos sorridente, mais calculista. Eu diria: pior pessoa.
Podem existir opiniões divergentes, mas é "matar ou morrer". Será isto África? Ou apenas quem vem cá "parar"?

 

14/10/2014

Angola

Estou tão fartinha, fartinha, fartinha.... disto... que um dia destes meto-me no avião e fujo daqui.
Ainda bem que já existe o OLX Angola, que assim vai ser mais fácil apagar esta passagem da minha vida.



 

30/09/2014

Sabes que vives num país sub-desenvolvido


O preço dos combustíveis aumenta quase 50% de cada vez.
Existe um "subsídio"  do Orçamento Geral do Estado no preço dos combustíveis, que representa cerca de no valor de 5 biliões de dólares por ano, ou seja, aprox 13% da despesa.

11/09/2014

não há bem que sempre dure


Chegou o tempo de dar no duro. Física e mentalmente.
Já vos disse que adoro o Verão?

24/07/2014

10/07/2014

A água

Depois de uma viagem às províncias de Angola uma das coisas que sabe melhor é um banho e a minha caminha.
Chegada ao final da tarde, jantar com amigos para despedida de um deles. Calor, pó, cansaço.
Em casa não havia hipótese do tão ansiado banho.
Como que tem amigos não "morre na cadeia" lá se resolveu esse problema.
36 horas depois, muitos telefonemas depois, consegui que me vendessem água e enchessem os depósitos.
Só quem nunca viveu em África é que não sabe a sensação de conforto que é.