20/04/2014

Voltar

Viver num país em vias de desenvolvimento tem as suas vantagens. E inconvenientes.
Viver longe da família, de grande parte dos amigos, da nossa terra, tem muito poucas vantagens.
É um sentimento de alegria e conforto aquele que me preenche no momento em que olho para agenda e marco a próxima viagem a casa.
Como se, no dia em que parti pela última vez tivesse absorvido todas as energias, amor e força que a minha terra e as minhas pessoas me passaram, para me preparar para mais uma batalha.
Todos esses sentimentos bons e essa força ficam guardados num lugar especial, cá dentro do peito, mas vão-se consumindo, esse lugar vai esvaziando.
E quando as reservas estão bem em baixo, pego na mala que também ficou vazia todo neste tempo, e parto.
Feliz.
Vou receber aqueles xi's coração, aqueles beijos, os sorrisos.
Vou fazer compras, encher a mala de coisas que se vão acumulando numa lista que espera pelo regresso ao 1º mundo.
Vou encher o coração.
Como quem vai dar um mergulho e enche muito o peito de ar para aguentar debaixo de água.
Com quem carrega as armas para uma luta desigual.
E depois volto, para o país onde escolhi viver.
Sem olhar para trás para resistir a desistir. Mas com a certeza que farei tudo para voltar.

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